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Revitalização ou Requalificação do Centro de Campinas?

  • Foto do escritor: Paulo Gaspar
    Paulo Gaspar
  • 7 de fev.
  • 6 min de leitura


Os dois termos podem ser utilizados para descrever o processo de transformação que o centro da cidade necessita passar para melhorar a qualidade de vida das pessoas que moram, trabalham, circulam ou apenas visitam esporadicamente a região.


Da mesma forma que o coração é o que sustenta a vida do corpo físico, o centro de uma cidade é o coração dela. É vital que todos nós independente em qual bairro residamos, cuidemos do centro da nossa cidade pois é ali que se encontra a nossa identidade enquanto cidadãos e a memória viva materializada no patrimônio histórico existente.


Revitalizar significa dar nova vida a algo, enquanto requalificar significa melhorar ou qualificar novamente algo e no centro de Campinas podemos encontrar estas duas situações: locais praticamente “mortos” ou abandonados, assim como aqueles que necessitam de transformações e melhorias.


Não apenas o centro de Campinas necessita urgentemente dessa transformação para impulsionar o potencial comercial, turístico e imobiliário da região, mas isso impactaria a cidade como um todo e de forma muito positiva.


O centro da cidade é como a sala de visitas da nossa casa, é o local por onde todos circulam e se reúnem. Qual cidadão de Campinas não gostaria de passear a pé pelo centro ou mesmo morar nele sem se preocupar com assaltos ou violência, desfrutando de um local limpo e bem cuidado, com transporte público de qualidade, poder desfrutar de suas lindas praças e prédios históricos, e se pudéssemos encontrar no centro um verdadeiro shopping center a céu aberto com grande variedade de lojas, galerias, cinemas, teatros, bares e restaurantes para todos os gostos, e tivéssemos um turismo intenso com visitantes vindos de toda a RMC?


Infelizmente os prefeitos que tivemos nas últimas décadas foram negligentes e incompetentes e deixaram com que o centro chegasse na atual situação de abandono e de degradação. A fuga dos moradores, do comércio, das universidades, dos órgãos judiciários, da Câmara Municipal, do Poupatempo entre outros foi fruto da falta de planejamento de longo prazo de sucessivas administrações. O vereador Paulo Gaspar tentando reverter essa tendência, solicitou em 2021 estudos à Câmara Municipal de Campinas e ao Prefeito Dario Saadi para a mudança de volta, da sede da Câmara hoje instalada no bairro Ponte Preta para o prédio do Palácio da Justiça no centro e servir de ponta pé inicial ao processo de revitalização e requalificação do centro. A idéia tomou forma nos anos seguintes e agora está em vias de ser efetivada, se tornando em uma iniciativa história e emblemática, tendo em conta o fato de que o Palácio da Justiça já foi a sede da Câmara no período de 1948 a 1970.


A cidade de Curitiba foi pioneira no Brasil e criou seu Instituto de Planejamento há 60 anos atrás e se tornou referência mundial e modelo de cidade planejada, sendo uma das mais cobiçadas para se viver, pela sua qualidade de vida, beleza, organização social e espacial. Outras cidades como Maringá já nasceram planejadas e mesmo assim possuem seu Instituto de planejamento. O único prefeito que Campinas teve com a intenção de iniciar a criação de um Instituto de Planejamento, foi o ex-prefeito Toninho que era arquiteto urbanista, mas seu mandato foi interrompido em seu início, devido ao assassinato ocorrido em 2001.


De lá pra cá ocorreram apenas “maquiagens” urbanas, seja enterrando fios em apenas duas avenidas, trocando piso de algumas calçadas, pendurando sombrinhas na 13 de maio e aprovando leis como a do Retrofit que são altamente burocráticas e limitadas e que na prática não surtiu resultado. Para que a requalificação do centro aconteça é necessário muito mais que do que simples programas que oferecem incentivos fiscais e edilícios para a renovação de prédios antigos. É necessário um planejamento urbano de longo prazo a ser implantado ao longo de décadas ou seja, com a continuidade de sucessivas administrações, baseado em um Masterplan prévio e um projeto de cidade.


O vereador Paulo Gaspar propôs dezenas de projetos estruturantes para a revitalização e a requalificação do centro, além de destinar emenda parlamentar no valor de R$ 300 mil reais para a contratação de consultoria especializada na realização de um diagnóstico socioeconômico e urbano de Campinas (já em andamento). O diagnóstico será uma base importante para desenvolvimento econômico do município buscando garantir as condições para o crescimento de médio e longo prazo e que deve estar associado ao planejamento do desenvolvimento urbano para que ocorra sinergia entre ambos os planejamentos.


É preciso montar uma visão integrada e sistêmica com dados, análises e mapas para garantir a otimização da infraestrutura, redução de impactos ambientais, melhoria da qualidade de vida, requalificação urbana, geração de emprego e valorização imobiliária. O sucesso do desenvolvimento econômico sustentável está no alinhamento entre a necessária análise e entendimento dos setores produtivos, investimentos em infraestrutura, da capacidade de atração de empresas e negócios e no desenvolvimento do mercado. Essa compreensão resulta na melhor qualidade de vida da população e no seu impacto sobre o plano de uso e ocupação do solo com a racionalização dos fluxos de pessoas e veículos.


Paulo Gaspar solicitou no início de seu mandato ao prefeito Dario Saadi a criação do Instituto de Planejamento de Campinas, porém diante da letargia da atual administração, tentou fomentar a criação do Codese (Conselho de Desenvolvimento Econômico, Sustentável e Estratégico de Campinas), baseada no princípio de Governança colaborativa, que seria uma Associação sem fins lucrativos, com o objetivo de mobilizar a sociedade civil organizada (Entidades, Universidades, Conselhos e Associações) para ser protagonista do futuro da nossa cidade, criando soluções para a plena sustentabilidade da vida urbana.


Dessa forma, o Codese visava elaborar de forma contínua e participativa, o planejamento de médio a longo prazo de Campinas. Da mesma forma, compartilhar com os Poderes Públicos (Executivo, Legislativo e Judiciário), a implantação desse plano e a responsabilidade sobre o destino da nossa cidade. O CODESE forneceria uma metodologia facilitadora, para gestores públicos e a própria sociedade, na implantação de ações necessárias ao desenvolvimento sustentável. Infelizmente as entidades convidadas a participar, não estão acostumadas a serem protagonistas do desenvolvimento de Campinas e têm receio de se indispor com a administração municipal. Estão acostumadas com o paternalismo do Governo para resolver as demandas específicas do seu setor e deixam o planejamento da cidade em segundo plano.


Reunião de apresentação para a criação do Codese Campinas

A requalificação do centro de Campinas passa também pela revisão da Lei 208/2018 que dispõe sobre parcelamento, ocupação e uso do solo no município de Campinas e do Plano Diretor. Para debater a complexidade das alterações necessárias, Paulo Gaspar instituiu e presidiu a Frente parlamentar de Legislação Urbana que começou de forma muito propositiva, mas devido às implicações políticas e retaliações que eventualmente poderiam ocorrer, as entidades participantes foram se retirando progressivamente dos debates.


Por ciúmes do atual governo e devido à intimidação política, o Codese Campinas e a Frente Parlamentar não avançaram como deveriam, restando à população de Campinas e mais especificamente os profissionais da área de urbanismo, seguir cobrando a implantação do Instituto de Planejamento que começa a nascer de forma embrionária com a contratação do diagnóstico socioeconômico e urbano feito através da emenda parlamentar do vereador Paulo Gaspar.


Outro desafio que não é exclusivo do centro mas de toda a cidade de Campinas e que precisa ser enfrentado é a escalada da violência e da falta de segurança, bem como o aumento da população em situação de rua. Visando estudar a problemática envolvida e apresentar soluções, Paulo Gaspar instituiu e presidiu a Comissão de Estudos sobre a população em situação de de rua na Câmara Municipal realizando um diagnóstico preciso da atual situação. Na sequência Gaspar protocolou dois projetos para atender as pessoas em situação de vulnerabilidade visando além da ressocialização, a adequação e ocupação de prédios abandonados no centro da cidade: o projeto "Moradia primeiro" conhecido mundialmente como "Housing First" e o de "Locação Social". Estes dois projetos associam o retrofit de prédios subutilizados ou vazios como instrumento para a melhoria das condições de vida da população mais vulnerável, visto que promove a construção e a recuperação de equipamentos e infraestruturas e a valorização do espaço público com medidas de dinamização social, econômica, cultural e paisagística.


Concluindo, para revitalizar o centro de Campinas, é preciso investir em melhorias da infraestrutura, da segurança, da limpeza, das áreas verdes, das áreas degradadas, da manutenção de vias públicas, das edificações e principalmente do transporte público e da inclusão de novos modais como as ciclovias e os bondes. Estas mudanças vão muito além da superfície. São projetos transformadores com o poder de gerar um impacto mais profundo pois elas influenciam positivamente na economia, no meio ambiente e na comunidade.


 
 
 

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