Os donos do Brasil
- Paulo Gaspar
- 3 de fev.
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Conforme noticiado pelo jornalista Flávio Paradella em matéria da Sampi Campinas na semana passada, o jantar realizado em São Paulo para fortalecer a candidatura de Hugo Motta (Republicanos-PB) à presidência da Câmara dos Deputados, reuniu figuras de peso da política nacional e entre os presentes estavam o prefeito Dário Saadi (Republicanos), e o ex-prefeito Jonas Donizette (PSB).

O evento ocorreu em uma pizzaria no bairro Higienópolis e contou ainda com a participação do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), do ex presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), Valdemar da Costa Neto (PL) presidente do partido de Jair Bolsonaro e com o apoio do PT na presença do deputado federal Arlindo Chinaglia.

Uma vez eleito, o novo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB) organizou uma festa para 1.500 pessoas em Brasília neste sábado e reuniu deputados governistas e da oposição. O congressista foi eleito mais cedo com 444 votos e apoio explícito de 18 dos 20 partidos representados na Casa – só o partido Novo e o Psol ficaram de fora.

Esses espetáculos dantescos de “jantares em São Paulo e Brasília” (pagos com nossos recursos) expõem o “Circo da política” onde não existe Oposição x Governo, nem Direita x Esquerda e sim o corporativismo dos “Donos do Brasil” (o Centrão e seus aliados) onde vale tudo pelo poder e nada para o povo.
Como menciono em meu livro onde escancaro os bastidores da política, tudo que acontece em Brasília está totalmente amarrado em uma grande teia de interesses partidários, costurada entre os mais de 5,5 mil municípios espalhados pelo país. Nada está desconectado.
Nesse acordo nacional para eleger Motta e Alcolumbre onde somente 2 partidos não se renderam ao fisiologismo (Novo e Psol) semelhante ao que fizeram para acabar com a Lava Jato querem agora inutizar a Lei da Ficha Limpa pensando nas eleições do próximo ano. No encontro de Lula com Motta e Alcolumbre após a eleição dos mesmos, afirmou ser "amigo" dos dois e disse que ambos "não terão problema na relação" com o Executivo.

A única forma de sairmos desse círculo vicioso do poder é a população de cada Município brasileiro focar na eleição e no mandato dos seus vereadores. Assim como as crianças de hoje se tornarão os cidadãos, profissionais e líderes de amanhã, os vereadores de hoje moldam as bases da política nacional do futuro.
Se as crianças receberem educação de qualidade, valores sólidos e oportunidades, crescerão qualificadas para construir um país melhor. Da mesma forma, se os vereadores exercem seu papel com responsabilidade, ética e compromisso com o bem comum, fortalecendo a base da democracia, influenciando políticas públicas e preparando o caminho para um Brasil mais próspero.
Em ambos os casos, investir na base é essencial para colher bons frutos no futuro. Os vereadores de hoje, serão os futuros deputados, senadores, prefeitos, governadores e presidentes do país.
Infelizmente a realidade de hoje é que a população brasileira ainda vota muito mal e isso reflete na qualidade dos nossos governantes que fazem com que o Brasil esteja entre os piores países do Mundo em corrupção e incompetência governamental.
O Brasil tem potencial para se tornar um país desenvolvido. Para isso, precisamos trilhar um caminho árduo, que passa pela educação, pela política consciente e pelo combate à corrupção. Devemos acreditar que, com o engajamento de cada cidadão, podemos construir um futuro de oportunidades para todos.
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Excelente texto