IMA Campinas: um elefante branco a ser extinto
- Paulo Gaspar
- 1 de fev.
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A IMA - Informática de Municípios Associados S/A, empresa fornecedora de serviços de TI criada em 1976 é o que podemos chamar de “Elefante Branco” dentro da Administração Pública Municipal. Ela possui em seu quadro societário além da Prefeitura Municipal de Campinas, a Emdec, a Cohab, o Hospital Dr. Mário Gatti, a Sanasa entre outros.
O vereador Paulo Gaspar protocolou em 2023 indicação ao prefeito Dário Saadi a implementação do “Plano de Transformação Digital de Campinas” elaborado pelo cientista da computação Fábio Pagani que inclui a extinção da IMA.
O uso da Tecnologia de informação na Administração de Campinas – direta e indireta – é disperso, não integrado e muitas vezes concorrente entre si. As empresas públicas e as principais Secretarias tem os seus próprios órgãos ou departamentos de TI que não se conversam. É necessário rever o modelo de governança de TI, analisando o papel dos atores internos e externos, tais como DEINFO, IMA, CIMCAMP e departamentos de TI das secretarias.
Este processo deveria ser conduzido pelo DEINFO, ligado diretamente ao Prefeito e com ascendência e poder de decisão sobre todos os órgãos de TI da administração direta e indireta, órgãos esses que também seriam fortalecidos e apoiados por fornecedores contratados e responsáveis pela implementação e pela operação da Transformação Digital Municipal. O DEINFO teria a responsabilidade de revisar e consubstanciar periodicamente o planejamento existente, assim como definir o modelo de operação e conduzir o processo de criação de uma Agência que o sucederá.
A IMA, que há muito assumiu a função de fornecedora de serviços para parte da administração municipal deveria ser extinta, cabendo ao DEINFO definir e conduzir o processo de extinção e realocação de pessoal, com método e critério e preservando o potencial humano e o conhecimento adquirido pelos colaboradores efetivos.
Embora tenha uma ampla gama de serviços prevista em seus documentos oficiais, de fato a IMA presta serviços somente em dois segmentos, que juntos representam 97,1% de seu faturamento: Atendimento e TI. Entre os demais serviços, pela sua natureza, somente a gestão do DOM (Diário Oficial do Município) é relevante. A área de Atendimento ao Cliente gera 33,5% do faturamento da IMA e consome somente 17,3% da Folha de Pagamento. Levando em conta que a Folha representa perto de 60% das despesas da IMA concluímos que a área é superavitária. Não obstante é a área com os menores salários da empresa e frequentemente ignorada quando a IMA é citada somente como “empresa de tecnologia”.
As três áreas de TI somadas geram uma receita de R$ 58.978.314,32 ou 63,6% do total, o que mostra que efetivamente a IMA é uma empresa de TI.
As duas áreas técnicas menores da IMA tem bom desempenho. “Infraestrutura e Data Center” gera 21,4% da receita, tem 6,3% do quadro de pessoal e consome somente 6,2% da folha. “Telecom”, a área mais demandada com 1/3 dos recebimentos, gera 15,2% da receita, com 1,6% do quadro de pessoal e consome 3,0% da folha. Dentro do mesmo conceito, ambas são superavitárias.
Por outro lado, “Desenvolvimento e Projetos” responde por 27,0% da receita e tem somente 10,9% dos funcionários, mas consome 29,2% da folha. “Manutenção” e “Cessão de direito de uso” juntas respondem por 99,3% da receita da área. A única área criativa – “Desenvolvimento” – é o penúltimo serviço demandando à IMA e responde por somente 0,2% da receita total da empresa. Ou seja, a única área criativa e que poderia originar novos negócios dentro do segmento onde a IMA é mais conhecida é deficitária, irrelevante em inovação e criatividade e efetivamente não gera novos negócios.
O maior consumidor da folha, com 33,6% é a área de Administração e Gestão, reforçando o peso administrativo que uma empresa pública carrega. Dentro dessa área a maior, com 15% da folha é a gestão (Diretores, assessores etc). A empresa dos “Municípios Associados” pertence 99,98971% ao Município de Campinas e 0,01029% ao Município de Valinhos. Até o final de 2017 ela pertencia integralmente ao Município de Campinas. Com relação ao faturamento 99,2% da receita de 2022 foi proveniente do Município de Campinas e somente 0,7% de outras prefeituras.
Em resumo, a empresa é totalmente dependente do, praticamente, único cliente e acionista: o Município de Campinas. Embora seja conhecida como uma empresa de TI a principal área de tecnologia é deficitária e gera receita com licença e manutenção de sistemas antigos, sem inovação ou novos projetos. As demais áreas associadas à TI são saudáveis, mas são encaradas pelo mercado como similares à commodities. A área de Atendimento ao Cidadão, mais interessante e rentável, raramente é citada como parte da empresa nas publicações oficiais.
O atual grupo político que venceu as eleições de 2024, comanda a cidade de Campinas desde a primeira gestão de Jonas Donizette (2013) e a moeda de troca exigida pelos partidos da base governista por esse "apoio" são centenas de cargos comissionados nas secretarias, empresas públicas e autarquias para seus cabos eleitorais. A IMA faz parte do pacote de 10 autarquias e empresas municpais que inclui a Fundação José Pedro de Oliveira, FUMEC, Rede Mário Gatti, SETEC, CAMPREV, EMDEC, CEASA, IMA, SANASA e COHAB que são utilizadas como cabide de emprego para cabos eleitorais.
É urgente extinguir a atual estrutura arcaica e deficitária da IMA e reformular para uma nova estrutura digital integrada à totalidade da Administração, eliminando a interferência de partidos políticos na gestão e na economia, além de estimular a concorrência e priorizar a excelência e a modernização dos serviços.
E os funcionários que dedicaram 15, 20 anos ou mais de suas vidas a está empresa? Qual sua proposta para eles?
A maioria dos políticos são safados uns verdadeiros 💩💩💩 eu, digamos sou CHUCRO/IGNORANTE, então é bom pra mim que não tenha relação nenhuma com os mesmos, pois com certeza serei preso.