Governança colaborativa e o futuro de Campinas
- Paulo Gaspar
- 20 de fev.
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Atualizado: 21 de fev.
Quando o vereador Paulo Gaspar no início de seu mandato (2021) tentava explicar a seus pares na Câmara Municipal ou às lideranças da sociedade civil sobre a importância de se criar um modelo de Governança Colaborativa (GC) em Campinas, era apenas “uma voz falando no deserto” devido ao desconhecimento geral sobre o assunto.
Hoje finalmente (4 anos depois), a Câmara Municipal de Campinas sediou uma palestra com Marcia Santin, ex-Diretora Executiva do Codem (Conselho do Desenvolvimento Economico de Maringá) que explicou o conceito. A Governança colaborativa é uma iniciativa que visa mobilizar a sociedade civil, a fim de ser protagonista do futuro da cidade, elaborando de forma contínua e participativa, o planejamento urbano de médio a longo prazo e ao mesmo tempo, compartilhar com os Poderes Públicos (Executivo, Legislativo e Judiciário), a implantação desse plano e a responsabilidade sobre o destino de nossa cidade.
A operacionalização deste modelo tem ocorrido em várias cidades brasileiras através da criação de uma entidade chamada CODESE (Conselho de Desenvolvimento Economico) que atua na construção de projetos, desenvolvimento de parcerias e caminhando junto com o Poder Público.
Campinas foi degradada por erros históricos de gestões ineficientes, corruptas e burocracia em excesso e é hoje um cenário de caos e degradação. A cidade cresceu sem planejamento urbano e a cada dia, cresce de forma desorganizada e caótica, reflexo do modelo de política municipal que só pensa em governar por 4 anos e sem compromisso com o futuro da cidade. A Campinas que sonhamos só pode se tornar realidade se forem planejadas medidas e intervenções a médio e longo prazo.
Uma cidade do interior paranaense, Maringá, hoje considerada modelo em muitos aspectos de desenvolvimento, viveu cenário semelhante, em meados da década de 90, quando se viu afundada em crise econômica e social. Naquele momento, a união de segmentos organizados da sociedade fez a diferença para que um salto fosse dado e a cidade revivesse sob uma nova perspectiva. Em menos de 20 anos, Maringá saiu da posição de declínio econômico severo para despontar como um dos melhores municípios do Brasil em qualidade de vida.
Esse salto só foi possível após a instituição, em 1997, do Conselho de Desenvolvimento Econômico de Maringá (Codem), uma entidade sem fins lucrativos, formada por lideranças empresariais e sociais que se uniram para alancar o desenvolvimento local, somando esforços e criando alternativas de medidas apresentadas ao poder público, com autonomia de deliberação sobre as mesmas.
Em 2021, na tentativa de iniciar o debate necessário para a criação do Codese em Campinas e também do Instituto de Planejamento, Paulo Gaspar instalou e presidiu a Frente Parlamentar de Legislação, mas por ciúmes do atual governo e devido à intimidação política e falta de apoio das entidades e da sociedade civil, as reuniões da FP foram sendo esvaziadas pouco a pouco, porém as sementes foram plantadas.
Em 2022, Paulo Gaspar convidou os consultores Marcia Santim e Silvio Barros de Maringá para apresentarem às entidades de Campinas, o conceito de Governança colaborativa e o trabalho de implantação que foi realizado em diversas cidades brasileiras. Ocorreu uma primeira apresentação e de lá pra cá, várias reuniões entre as entidades para o amadurecimento desse projeto. Posteriormente Marcia e Silvio estiveram presencialmente em Campinas para novas tratativas e na data de hoje (20/02/2025) ocorreu pela 1ª vez uma palestra na Câmara Municipal de Campinas.
Os próximos passos para a efetivação do Codese em nossa cidade vai depender do convencimento do poder legislativo, executivo e judiciário bem como das Universidades e demais entidades da sociedade civil. Muitas reuniões e ações ainda deverão ser feitas até a efetivação desse modelo de governança colaborativa, que certamente colocará Campinas num patamar muito mais elevado de desenvolvimento e de destaque no Brasil.
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